A pesquisa é um dos pilares da formação universitária. Está presente na maioria dos cursos de graduação e de pós-graduação, como requisito para a conclusão, necessária à formação de pesquisadores/as e à ampliação e/ou atualização dos conhecimentos científicos. Entretanto, apesar de bastante importante e comum, nem sempre sua elaboração é feita com a compreensão das regras científicas. Uma das regras negligenciadas em sua construção é a que versa sobre perspectivas éticas na construção textual. A partir da experiência das autoras na docência, em bancas e na orientação de pesquisas na pós-graduação, em que muitos discentes desconheciam preceitos éticos, sua importância e elaboravam textos sem se preocuparem com direitos autorais, cometendo plágios de diferentes níveis, realizou-se um estudo para compreender como estudantes de pós-graduação lato sensu da área de educação enxergam as regras científicas éticas e desenvolvem suas pesquisas, mapeando as principais dificuldades em torno do cumprimento delas. A pesquisa foi conduzida com a coleta de dados empíricos, a partir do acompanhamento de doze estudantes de especializações da área de educação, enquanto produziam seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Com a investigação, percebeu-se que a maioria dos/as estudantes tinha dificuldades em compreender a importância de seguir as regras éticas da pesquisa científica, não se viam como possíveis construtores de conhecimentos científicos e tinham dificuldades em reelaborarem problemas e direcionamentos resolutivos relacionados à própria área de formação e atuação docente e ao tema escolhido. Além disso, imaginavam as regras éticas como complexas e tinham entrado em contato com conceitos e práticas éticas de pesquisa apenas no momento da confecção dos trabalhos citados, refletindo em textos, por vezes, com identificação de plágios diretos e paráfrases, sem aprofundamento teórico e sem a preocupação em contribuir com a construção de novos conhecimentos à área científica pesquisada.