O presente artigo tem inspiração no livro “Casa das estrelas: o universo pelo olhar das crianças” de Javier Naranjo, professor e poeta colombiano que apresenta definições dadas por seus alunos do primário, a palavras, objetos, ideias, pessoas, lugares e sentimentos. Assim, traz uma releitura com diferentes pontos de vista das crianças de duas turmas de uma escola da rede pública de Fortaleza/CE. O Círculo de Cultura de Paulo Freire caracteriza o modo como foram conduzidas as ações que deram origem às palavras e aos verbetes criados pelas crianças de forma oral. As contribuições de Freire (1991;1996) situam as questões sociais implicadas nas falas dos sujeitos. Perceber a criança como sujeito social que pensa e reflete sobre o ambiente circundante, implica relacionar indivíduo e meio numa dinâmica interativa. Mas como a criança se percebe e se relaciona no/com o meio? Nessa direção, o artigo visa refletir sobre a participação ativa da criança no seu processo de aprendizagem, apresentando respostas pela ótica infantil e se justifica pela observação de falas das crianças em momentos de brincadeiras na rotina escolar, nas verbalizações dos seus modos de vida nas rodas de conversa e nas respostas inusitadas que criam sobre o que conhecem e o que desejam conhecer. Compete ao educador criar as possibilidades em que o discente se envolva em práticas na constituição como ser social numa dinâmica de ação-reflexão sobre o contexto. O uso da palavra se constitui de modo simbólico como instrumento de emancipação e de valorização do diálogo no espaço escolar. Na leitura da palavramundo os sujeitos se conectam com o meio que os circundam, o que se torna condição necessária para sua libertação.