A Lei 10.639/03 torna obrigatório o estudo da História e cultura africana e afro-brasileira nas instituições de ensino, com vistas à promoção de uma educação antirracista, por causa das variadas formas de violência que afetam os corpos pretos desde a tenra idade. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo discutir a importância da Literatura Preta Infantil na Educação Básica como uma das formas de romper com o ciclo de atos discriminatórios e racistas, a partir da análise de processos estéticos e formativos em um “Ateliê Poético e Brincante: pretas inspirações”, vivenciado durante o componente curricular Tópicos Especiais em Educação e Contemporaneidade do curso de Licenciatura em Pedagogia do Departamento de Educação do Campus VII, da Universidade do Estado da Bahia. Este trabalho foi metodologicamente construído a partir da realização de um ateliê poético e inscreve-se no formato de artigo de relato de experiência. Foi desenvolvido junto às crianças residentes de uma comunidade do campo no semiárido baiano, especificamente no município de Jaguarari- Bahia, no ano de 2022. A abordagem teórica ancora-se em Ferreira (2012), Santos (2011), Silva (2005) Cuti (2010) dentre outros e outras. O ateliê contemplou os estudos das representatividades pretas nos campos científicos e socioculturais universais, nacionais, regionais e locais por meio de exposição de fotografias; estéticas das tranças enquanto linguagem de resistência e Teatro de Caixa para enfatizar a estética e ancestralidade. Foi uma proposta lúdica e dialógica que possibilitou sensibilizar as crianças para a construção de representatividades positivas e mostrou a importância dos povos pretos, suas ancestralidades e presenças na constituição dos povos brasileiros e afro-brasileiros.