O termo “medicalização” na literatura tem sido utilizado para criticamente nomear o processo sociocultural de transformação de problemas sociais em problemas médicos, apresentando características de patologias e desordens em nível orgânico. Tal fenômeno tem crescido em diversos segmentos da sociedade, destacando-se na área da educação por meio dos problemas relacionados ao comportamento, disciplina e a aprendizagem. Buscando identificar a evolução das publicações relativas ao tema “medicalização da educação” correlacionados às dificuldades de aprendizagem na América Latina nos últimos 10 anos, foi realizada uma revisão integrativa de literatura. A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados Redalyc (Rede de Revistas Científicas da América Latina e Caribe, Espanha e Portugal) e Scielo (Scientific Electronic Library Online), no período de 2012 a 2022. Após leitura dos trabalhos resultaram 19 publicações alinhadas aos critérios de busca determinados para a revisão integrativa, os quais foram categorizados em três abordagens: (i) revisão de literatura (ii) estudos de casos clínicos e (iii) abordagens com comunidade escolar. Os resultados apontam que a medicalização da educação em publicações científicas oriundas da América Latina retrata a busca de soluções no campo da saúde como forma de lidar com problemas comportamentais e de aprendizagem. A maioria dos professores não se sentem preparados para lidar com as dificuldades de aprendizagem de seus alunos, uma vez que consideram apenas o desenvolvimento biológico, desconsiderando os demais aspectos do desenvolvimento infantil. As escolas colaboram com as instituições de saúde pública e os professores são obrigados a rastrear “possíveis” problemas mentais em seus alunos. Fatores que asseguram a prática medicalizante na educação e por consequência a patologização destes alunos.