Ao tratamos de Educação de Surdos e Educação Quilombola estamos nos referindo a dois grupos que vivenciam uma característica sociocultural única que carregam consigo a história e a memória de povos excluídos com culturas e experiências próprias da comunidade da qual pertencem, estes grupos historicamente deixados as margens da história tiveram seus direitos negados e suas vozes silenciadas; neste sentindo, este trabalho visa contribuir para fazer ecoar as vozes dos excluídos contribuindo na garantia dos direitos de alunos surdos quilombolas, para isto, temos como objeto de estudo as políticas públicas na interface da Educação Especial com foco para educação de alunos surdos dentro do espaço de ensino da Educação Escolar Quilombola do município de São Mateus – ES; o objetivo é traçar um panorama histórico das políticas públicas em Educação Especial no Brasil, no Espírito Santo e São Mateus onde se localiza o território Quilombola denominado Sapê do Norte, buscando perceber quais os desafios e possibilidades da efetividade das políticas públicas que garantem a educação de alunos surdos em territórios quilombolas; para tal, o trabalho terá como metodologia a revisão bibliográfica de leis, decretos e resoluções que legitimam o compromisso com o aluno surdo, tais como, a Resolução N° 8 de 20 de novembro de 2012 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, Resolução N° 2 de 11 e setembro de 2001 que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, a Resolução Nº 047/2022 recém aprovada por São Mateus/ES que implementou a Educação Escolar Quilombola no município. As análises das legislações permitem evidenciar os direitos dos surdos em espaços quilombolas e corrobora a relevância deste tema pouco debatido nos espaços educacionais, cabe ainda ressaltar a importância de trazer visibilidade a modalidade de ensino bem como os grupos que a pertence.