O objetivo desse projeto foi mapear se, e como, os cursos de Licenciatura em Matemática de instituições públicas do estado do Rio de Janeiro abordam as temáticas de Gêneros e Sexualidades nos seus currículos obrigatórios. Baseando-se nos referenciais teóricos de Educação Matemática Crítica, questiona-se os discursos hegemônicos que colocam as ciências ditas “exatas” num local de neutralidade, no qual as questões históricas, sociais, culturais e políticas não devem se fazer presentes. Sendo assim, entende-se que a formação cidadã de les alunes é responsabilidade de todes les professories. Dessa forma, destaca-se a importância de que cursos de Licenciatura em Matemática estejam comprometidos com a responsabilidade de formar docentes preparades para tratar as questões de Gêneros e Sexualidades na escola. A metodologia utilizada foi uma pesquisa documental dos fluxogramas e ementas obrigatórias dos cursos de Licenciatura em Matemática de instituições públicas do estado do Rio de Janeiro, analisando qualitativamente como, e de que maneira a temática de Gêneros e Sexualidades é abordada nas disciplinas obrigatórias do curso. Encontramos 17 cursos de Licenciatura em Matemática de instituições públicas no Estado do Rio de Janeiro. Desses cursos, 11 não abordam a temática de Gêneros e Sexualidades em nenhuma disciplina obrigatória, dois possuem a palavra diversidade, de forma ampla, na ementa de uma ou mais disciplinas. Entretanto, não especificam a obrigatoriedade de tratar sobre diversidade sexual e/ou diversidade de gênero. Três cursos contém gênero ou sexualidade dentro de uma ementa de uma disciplina obrigatória que trata também de várias outras temáticas e um curso contém uma disciplina obrigatória específica chamada Diversidade Cultural, Gênero e Sexualidade onde a temática é tratada de forma ampla. Concluiu-se assim que esses cursos ainda têm pouca preocupação com a formação dos professories de matemática preparades para tratar questões de gêneros e sexualidades em sala de aula.