É proposta dos documentos oficiais que o ensino da língua materna, no caso dos ouvintes a língua portuguesa, escrita/falada sejam tratadas desde os anos iniciais do ensino fundamental. Por meio da sua língua as crianças conseguem se comunicar, expressar opiniões, sentimentos, compartilhar experiências e aprendizados e é através dela que as interações sociais se intensificam e se tornam mais significativas. Vygotsky defende que o homem é um ser social e essas relações/interações nos constituem e nos tornam sujeitos mais atuantes na sociedade. É notório o poder da comunicação por meio da língua. Em contraposição nos deparamos com estudantes surdos que enfrentam barreiras comunicativas significativas, isso ocorre pois não utilizam como forma de comunicação a língua majoritária - o português. A língua materna, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) ainda carece de reconhecimento e valorização, prova disso que as interações surdos/ouvintes costumeiramente tornam-se limitadas ao intérprete de Libras, sendo este um dos únicos interlocutores que pode oferecer uma troca dialógica com o estudante surdo. Este trabalho, recorte da pesquisa de mestrado, tem como objetivo propor o ensino da Língua Brasileira de Sinais, para os alunos ouvintes através de projetos nos anos iniciais do ensino fundamental 1 com a finalidade de tornar suas relações com colegas surdos mais efetivas e significativas. O ensino da língua brasileira de sinais às turmas regulares desde os primeiros anos escolares, tornam-se aliadas e facilitadoras no processo de interação social, além disso faz com que estudantes ouvintes, identifiquem os colegas surdos como sujeito de língua e cultura diferente. Uma sociedade inclusiva começa com uma escola que considere as singularidades, valorizar a língua materna do estudante surdo é essencial para que ele se torne mais atuante nas suas relações interpessoais.