É notória a importância que a língua espanhola alcançou no Brasil, tanto comercialmente, quanto em riqueza cultural. Contudo, no âmbito do seu ensino, muitas vezes esse se limita a apresentar poucas das suas variantes e, consequentemente, poucas das culturas hispano-falantes. Deste modo, nesse artigo, se busca apresentar a Guiné Equatorial como tema de estudo, visando uma aproximação dos alunos a uma cultura ainda pouco explorada. Entendendo o papel do docente de língua como mediador intercultural, se propõe então uma maior abertura do repertorio proposto no contexto do ensino/aprendizagem do espanhol no Brasil. Busca-se, através de metodologias qualitativas, demonstrar como a variante linguística e a cultura da Guiné Equatorial podem ser abordadas nas aulas de ELE. Assim, esse trabalho se embasa, por uma parte, nos aportes de Marcuschi (2008), quanto à ideia de ensino de língua como um conjunto de interpretações e pensamentos previamente selecionados e organizados pelo professor e, por outra parte, nos trabalhos de Martos (2019) e Lipski (2014) relativos ao mapeamento da política exoglosica e à caracterização cultural, histórica e geográfica da Guiné Equatorial. A relevância dessa proposta reside ainda no fato de evidenciar o caráter intercultural do processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira, além de promover uma aproximação a um país hispano-falante ainda pouco conhecido.