Profissionais e pesquisadores da Educação vêm, há certo tempo, desenvolvendo estratégias inovadoras que aproximem a realidade dos discentes aos processos de ensino e aprendizagem. Essas estratégias, diante das configurações socioculturais contemporâneas, envolvem, dentre outros aspectos, as Tecnologias Educacionais (TE). Assim, é necessário que a formação docente seja pensada a partir da ótica das TE. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo identificar de que modo os cursos de Licenciatura em Letras-Libras das Universidades públicas brasileiras contemplam, em suas matrizes curriculares, as discussões acerca da temática e suas interfaces com a Educação de Surdos e o Ensino de Libras. Para tanto, realizou-se pesquisa documental nos Projetos Pedagógicos Curriculares (PPCs) de 27 cursos (4 EaD e 23 presenciais) de 26 universidades federais. Os PPCs foram obtidos por meio de pesquisa nos sites das instituições. A busca foi realizada apenas nas matrizes curriculares e nos títulos dos componentes, seguindo checklist de elaboração própria. Adotou-se a Análise Temática de Conteúdo como método de análise, a partir do qual identificou-se os seguintes núcleos de sentido, que correspondem aos três principais grupos de disciplinas encontrados: i) Tecnologia Educacional; ii) interface TE/Educação de Surdos; iii) interface TE/Ensino de Libras. Foram encontrados 22 componentes curriculares obrigatórios: 11 relacionados à TE, 7 à interface TE/Educação de Surdos e 4 à interface TE/Ensino de Libras; e 19 optativos: 9 relacionados à TE, 4 à interface TE/Educação de Surdos e 6 à interface TE/Ensino de Libras. Os achados apontam para um espaço considerável das Tecnologias Educacionais nos cursos estudados e um emergente debate nas interfaces investigadas, no âmbito da formação de professores de Libras. Sugere-se pesquisas complementares que analisem as ementas dos componentes para identificar as discussões levantadas por eles e o seu diálogo com as demandas educacionais e políticas das Comunidades Surdas.