A trajetória da inserção da população negra nos sistemas educacionais foi marcada por desigualdades em especial no acesso à educação. Historicamente, a população negra foi sequestrada do continente africano, se transformou em mão de obra escrava e durante a formação do Estado brasileiro não foi considerada como cidadã. Embora a escravidão tenha sido abolida na teoria, na prática ainda se enxerga resquícios deste momento. De acordo com os dados do IBGE, 71,1% dos jovens fora da escola são negros, o percentual de analfabetos no Brasil é em sua maioria de pessoas negras, além de representarem 70% do grupo abaixo da linha da pobreza. O racismo no Brasil é estrutural e sistêmico e apenas em meados de 1900, o debate sobre a ação de políticas públicas afirmativas destas minorias começou a ser crescente devido a organização da sociedade civil junto ao governo federal, pensar em alternativas de políticas visando a redução dos danos e a ampliação de oportunidades, tendo como um marco pela primeira vez no Brasil, a adoção de políticas de cadastro reserva para estudantes de escola pública, pretos e pardos. Apesar de passos importantes, como a Lei de cotas, que elevou o número de pretos para o ensino superior, o número de estudantes brancos segue sendo a maioria com mais que o dobro do percentual de pretos e pardos. Um dos motivos que explicam esta desigualdade, se dá pelo fato das pessoas que tem condições para pagar ensino de qualidade durante toda trajetória escola, além da dificuldade financeira de permanência destes alunos nas universidades. Desta forma, é imprescindível dar continuidade às lutas para mitigar cada vez mais as desigualdades existentes nas instituições educacionais. Pensando em ações que combatam a desigualdade racial e políticas públicas que deem suporte para que seja possível a continuidade na educação.