O presente trabalho enfoca a utilização do Livro Didático na Educação Infantil destinado às crianças, muitas vezes, bem pequenas, algo que vem se tornando bastante comum nos últimos anos, principalmente, nas instituições privadas de educação. Dessa forma, objetiva-se analisar de que maneira o livro didático contribui com o processo de desenvolvimento das crianças, buscando compreender, também, qual concepção de infância subjaz sua adoção nessa etapa da Educação Básica. O estudo fundamenta-se nas experiências de duas professoras de instituições privadas localizadas, respectivamente, nos Estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, das quais uma adota livro didático e a outra apoia-se em vivências na Educação Infantil, baseadas na concepção sociointeracionista de Educação, que estimulam a aprendizagem ativa através das interações, utilizando-se de projetos de pesquisa, sequências didáticas e oficinas. Por meio de uma pesquisa-ação, analisam-se, por um lado, as vivências desenvolvidas com ou sem base em livros didáticos e, por outro, práticas propostas por esse recurso didático que promovem grande lista de conteúdos, de datas comemorativas e temas remetendo a uma pedagogia transmissiva que dificulta o processo de desenvolvimento e interação da criança. Com base nas discussões e investigações, considera-se o livro didático apenas como um instrumento de apoio e organização para o planejamento de atividades do/a professor/a, sendo necessário adequar o que será trabalhado com as crianças de sua turma a temas, festividades preestabelecidas por semanas, meses e até pelo ano letivo. Também se considera que tal recurso metodológico não possui contribuição satisfatória para as práticas pedagógicas que compõem as propostas curriculares da Educação Infantil, que devem ter como eixos norteadores as interações e brincadeiras, e, por isso, precisa ter mais bem refletido seu papel e emprego nessa etapa.