O trabalho ora apresentado está vinculado ao Grupo de Pesquisa e Extensão 'Corpo, Educação e Linguagens – CEL', especificamente ao Projeto de Extensão Universidade em Dança. Dentre as dimensões tratadas no referido projeto, esse trabalho buscará apontar algumas reflexões para a atuação do professor a partir de três eixos: corpo, cultura jovem e dança. Inicialmente, o estudo entende que o processo de aprendizagem não se realiza somente na escola, mas também em outros núcleos educativos: assentamentos de terra, na rua, nos parques de lazer, dentre outros. Neles poderão existir algo em comum: a intervenção pedagógica. No caso deste estudo, o ensino da dança para jovens e adolescentes de comunidades de bairro - Campina Grande/PB. Costa (2004) afirma que o corpo é autor e espaço da dança, ou seja, é o corpo quem permite a sua existência. Para Porpino (2006), pensar a dança é pensar nos momentos em que a comunicação escrita ou falada não foi suficiente pra expressar as angústias ou desejo de poetizar. Diante de algumas indagações: quem é esse corpo jovem, na atualidade? Sua cultura? Suas danças? Qual a relação de tais indagações para a iniciação docente? A partir dos dados obtidos pela observação, planejamento/avaliação de aulas para jovens adolescentes registrados no caderno de campo e a convivência com eles, o estudo apresenta os seguintes apontamentos: 1. a formação do professor precisa ter como eixo os estudos sobre o corpo, no sentido de compreende-lo para além de sua dimensão biológica e psicológica, mas também social e cultural, sendo ele capaz de comunicar-se e expressar-se, através de diferentes formas de linguagem, como por exemplo, a dança; 2. ao professor cabe a sensibilidade e o conhecimento sobre a linguagem corporal do jovem, a sua condição plural e singular de Ser e existir; 3. as danças de rua ou urbanas, como o hip-hop, tratadas no projeto Universidade em Dança, buscaram mergulhar no universo da cultura jovem, trazendo ao processo pedagógico discussões e pesquisas sobre músicas, vídeos, figurinos, história para o aprendizado da dança, atrelando ao processo às redes sociais a partir da criação de um grupo de facebook, aonde nele são postados sugestões de filmes e documentários, músicas, dentre outros, aproximando-se desta relação do jovem com as novas tecnologias. É mister refletir na iniciação docente de que o professor na escola e/ou em outros espaços educacionais possa reconhecer a realidade de seu aluno em seus saberes, formas de vida, limites e potencialidades, descentralizando o processo de aprendizagem. O trabalho sugere aos cursos de formação de professores da UEPB, o trato sobre o corpo e suas linguagens no sentido de estabelecer outros diálogos e perspectivas para o Ser professor.