O presente artigo tem como objetivo discutir e mostrar como ocorre o processo da escrita nas crianças dos Anos Iniciais, bem como suas dificuldades e seus avanços no processo de ensino e aprendizagem. A investigação foi realizada no apoio escolar do Movimento República de EMAÚS, ao longo do primeiro semestre de 2023. Buscamos desenvolver a escrita das crianças por meio de atividades pautadas nas práticas decoloniais articulando as temáticas do bairro do Bengui como narrativas potencializadoras dos processos de alfabetização e letramento. As atividades de produção textual foram desenvolvidas articulando também às práticas de contação de histórias valorizando a oralidade. Neste contexto, entende-se que é possível ressignificar novos cenários e experiências de ensino e de aprendizagem. O estudo teve como embasamento os estudiosos, como Ferreiro (1985), Teberosky (2021), Kleiman (1995), Freire (1990), Soares (2004), Bakhtin (2000) e outros. O estudo resulta de uma abordagem metodológica pautada na pesquisa-ação, que contemple diferentes etapas: 1. planejamento das atividades; 2. diagnoses; 3. aplicação das atividades; 4 rodas de conversa; 5 leituras; 6. produção escrita; 7 socializações de leituras. Os resultados têm sido promissores, possibilitando avanços no desenvolvimento da escrita das crianças, verificando como a leitura auxiliou nesse percurso. A ampliação de vocabulário e a possibilidade de desenvolver familiaridade com a escrita mostrando que tanto ela quanto a oralidade sobre os locais do bairro foram fundamentais para tais avanços. Além disso, mostrou a criação de materiais didáticos ligados à realidade social dos alunos articulados aos seus territórios que contribuíram com a formação docente, com foco no desenvolvimento de uma consciência linguística, cultural e social sobre o ensino e aprendizagem da língua materna.