Como profissionais de comunicação pública, jornalistas que atuam em universidades e institutos federais têm como uma de suas missões o compartilhamento de conhecimentos científicos e tecnológicos, aproximando os pesquisadores da sociedade. Autores como Wilson Bueno, Fabíola de Oliveira, Cristiane Porto e Luiza Massarani apontam a importância da popularização da ciência para democratização do acesso a pesquisas realizadas em instituições de ensino. No entanto, a divulgação científica tem ocupado um papel secundário, quase inexistente, na maioria das universidades e dos institutos federais, conforme levantamento bibliográfico sobre o tema. Na contramão desse cenário, a Universidade Federal do Ceará (UFC) criou, em 2017, uma agência de notícias que funciona como um canal de divulgação da produção científica e tecnológica, voltado para a imprensa e a sociedade em geral. Neste artigo, analisamos como tem sido essa experiência de jornalismo científico a partir de pesquisa documental e de análise de conteúdo das notícias publicadas na agência, no período de janeiro a maio de 2023. Como principais resultados, apontamos que a linguagem utilizada é acessível para o público leigo, não especialista, com potencial de alcançar leitores não habituais de ciência. O uso de recursos multimídia (textos, fotos, vídeos e áudios) também pode facilitar o aproveitamento dos materiais de divulgação pela imprensa, ampliando o alcance das informações. Boas práticas de divulgação no ambiente digital como essa podem contribuir para o desenvolvimento da cultura da pesquisa científica e da inovação tecnológica em instituições de ensino, estimulando o envolvimento de professores e estudantes com pesquisas, contribuindo para uma formação integral dos sujeitos na educação superior.