Esse trabalho surgiu frente ao desafio de garantir acessibilidade nos banheiros do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) campus Duque de Caxias (CDUC). Como espaços essenciais, devem ser projetados de forma a incluir todas as pessoas, independentemente de seu gênero ou características físicas. No entanto, a primeira coisa que se observa antes de entrar em um banheiro público é a segregação, binarismo e a normatividade que são descritos nas placas identificatórias feminino/masculino. Assim, este trabalho tem como propósito investigar o que pensa a comunidade do IFRJ CDUC, bem como os desafios e os efeitos da implementação de um banheiro sem gênero. Na primeira etapa, discutiu-se acerca dos relatos e acontecimentos do não pertencimento de pessoas trans e não binárias nos banheiros do campus. Na segunda etapa, criou-se e aplicou-se um questionário virtual e físico, com o intuito de avaliar a opinião de estudantes e servidores sobre o tema em pauta. Com o resultado dessa pesquisa, foi possível observar uma rejeição parcial (55,6%) por parte da comunidade estudantil, em contrapartida, observou-se maior aceitação por parte dos servidores do campus (51,5%), frente à possibilidade da implementação de um banheiro sem gênero. Em conclusão, é importante reconhecer que essa abordagem desafia normas e estereótipos de gênero, além da prevalência de fatores como: o medo do assédio, o ultraconservadorismo demarcado pela religião, a estrutura precária do campus e a reprodução da heteronormatividade. Considerando o recorte social abordado, é válido analisar como o avanço na formação acadêmica se relaciona com a desconstrução de tabus e preconceitos, em especial se as temáticas de gênero e sexualidade forem devidamente abordadas e debatidas durante a trajetória formativa, garantindo, assim a inclusão de todas as pessoas nos banheiros públicos, independentemente de sua identidade de gênero.