A história da educação brasileira é marcada por desafios e desigualdades, principalmente no que diz respeito às relações étnico-raciais. Durante séculos, a população negra foi marginalizada e excluída do acesso à educação formal, o que gerou grandes consequências sociais e culturais. Aqui, discutiremos a importância de compreender a educação dos negros na história educacional brasileira. A exclusão sistemática dos negros na educação resultou em profundas desigualdades educacionais e sociais, perpetuando estereótipos racistas e contribuindo para a marginalização da população negra. Com o fim da escravidão em 1888, houve a abolição formal da escravatura, mas a igualdade de oportunidades ainda estava longe de ser alcançada. A educação dos negros passou a ser uma questão central na luta pela igualdade racial. Lideranças negras como André Rebouças e José do Patrocínio foram importantes na promoção da educação como instrumento de emancipação e valorização da identidade negra. A partir do século XX, surgiram movimentos e lideranças como Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez e Milton Santos, que buscaram combater o racismo estrutural na educação. Esses movimentos foram fundamentais para a criação de políticas públicas que visavam a inclusão e valorização da história e cultura afro-brasileira nas escolas. Atualmente, o reconhecimento da diversidade étnico-racial e a promoção de uma educação antirracista têm sido pautas importantes na educação brasileira. A implementação da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, e a inclusão das temáticas étnico-raciais nos currículos são exemplos de avanços nessa área. A história da educação brasileira revela a luta constante pela igualdade e pela superação do racismo. A educação dos negros desempenha um papel fundamental nesse processo, uma vez que a valorização da identidade e cultura negra é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.