A Economia Solidária (ES) pode ser entendida como uma proposta de organização do trabalho que caminha para uma mudança societal. Entretanto, ainda se tem a existência de concepções distintas de sociedade defendidas pelos grupos da ES, que ora se alinham aos preceitos do capitalismo, ora se posicionam contra. Esta realidade deve ser analisada à luz do contexto socioeconômico que influencia a existência desses grupos e da educação direcionada a eles. Encontra-se na literatura acadêmica pesquisas que diagnosticam demandas formativas sentidas pelos trabalhadores da ES, chegando a resultados relevantes para futuros estudos na área da educação e na educação profissional. Uma pesquisa em andamento, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional (PPGEP/IFRN), dirige o seu olhar aos projetos de ensino, pesquisa e extensão em ES desenvolvidos nos Institutos Federais (IFs). Os IFs são celeiro de incubadoras solidárias que fazem extensão com esses grupos. Essas práticas nos levam a refletir sobre qual a contribuição da Educação Profissional Tecnológica (EPT) para a ES? Como e porque a EPT pode fortalecer uma ES que se coloque em oposição ao ideário do capital? A partir desses questionamentos realizou-se uma análise teórico-reflexiva, com base nas demandas formativas sentidas pelos grupos e tendo como referência os fundamentos epistemológicos da EPT, além os princípios que fundamentam o considerado caráter subversivo da ES. Esta análise ancorou-se no Materialismo Histórico Dialético na perspectiva de compreender a realidade em sua materialidade concreta e levando em consideração o contexto histórico e socioeconômico que permeia a vida dos trabalhadores da ES. Desta reflexão percebeu-se que as demandas sentidas por eles são de uma Educação Profissional Tecnológica que promova o desenvolvimento de tecnologias sociais para fortaleçam as iniciativas de ES; que os IFs são instituições apropriadas para a oferta de espaços formativos necessários para os que atuam no movimento social de empreendimentos solidários