As experiências leitoras, sejam individuais ou coletivas, traduzem-se no universo da linguagem através de práticas simbólicas, em que o sujeito se percebe como indivíduo e parte de um coletivo no confrontamento de inúmeras identidades. Nesse processo dialógico, a arte possui uma dimensão semiótica por estar num lugar de entre-discursos, onde linguagens diversificadas, significantes múltiplos e midiáticos, cruzam-se, principalmente na contemporaneidade com o uso frequente de artefatos tecnológicos e mídias sociais. Em virtude desses aspectos, este artigo objetiva refletir sobre a promoção de práticas pedagógicas exitosas ao ensino de Literatura mediante a construção de performances artísticas em vídeo para a plataforma digital Instagram. Partindo dos pressupostos teóricos de Ludmer (2007), Hall (2022), Jauss (1994), Rodrigues (2011) e Zumthor (1997; 2014), bem como da BNCC (BRASIL, 2018), apresenta o relato de experiências realizadas no Coletivo Cultural Flores do Brejo, da cidade de Alagoa Nova-PB, em vista de demonstrar a aprendizagem do grupo, construída a partir de objetos artísticos que circulam com o intuito de promover a arte em âmbito digital. Os resultados obtidos sinalizaram para o fato de que, através de uma pesquisa-ação, foi possível o desenvolvimento daqueles que participaram das práticas culturais e artísticas de um coletivo de formação leitora multimodal, evidenciando, assim, a possibilidade de se expandir as fronteiras do ensino de Literatura, considerando as demandas de uma sociedade digital, a partir do universo sociossemiótico de alunos que se inserem nas redes sociais mediante suas subjetividades.