A pesquisa tem como cerne compreender como as crianças de uma turma de Pré-escola de um Centro Municipal de Educação Infantil de Natal/RN se relacionam com o TikTok constituindo identidades culturais infantis. O arcabouço teórico advém dos Estudos Culturais em Educação, com autores como: Momo (2007) com o conceito de infância pós-moderna; Sibilia (2012) com a discussão sobre as relações entre escola e tecnologia; Hall (2006) com os conceitos de identidade cultural pós-moderna e a centralidade da cultura; Steinberg e Kincheloe (2004) com a construção corporativa da infância e a relação da mídia na constituição das identidades infantis e Sarmento (2003) com o conceito de cultura da infância. Também considera estudos sobre o TikTok como: Barin (2020) com o conceito de TikTok como ferramenta educativa e Chies e Rebs (2020) com a análise das ciberdanças propagadas no aplicativo. Na metodologia, usou-se a bricolagem: pesquisa de campo com crianças na escola no ano de 2022 e a netnografia para mapear vídeos do TikTok no ambiente virtual. As análises apontam que: 1) As crianças produzem suas identidades em meio a cultura midiática (o ser TikTok) e o escolar (o ser aluno) e que, por vezes, essas culturas são borradas ou conflitantes; 2) O consumo é constituinte da identidade infantil atrelado a cultura midiática e se expressa dentro da escola; 3) Na escola, as crianças ressignificam práticas midiáticas por meio de conversas sobre o TikTok, da reprodução das danças, músicas, e da interação com brinquedos propagados na plataforma e trazidos para a escola. Os resultados evidenciam ainda que as identidades infantis, na contemporaneidade, são configuradas por aspectos culturais de diferentes mídias que precisam ser pesquisadas e incluídas na formação inicial e continuada de professoras(es).