O artigo desenvolvido possui como mote de pesquisa a atuação técnica e de pesquisa em projetos de educação ambiental no estado do Rio de Janeiro, particularmente nos projetos Projeto de Educação Ambiental Pescarte e Projeto Implementação de projetos de educação ambiental e geração de renda voltados para a qualidade ambiental das comunidades pesqueiras do estado do Rio de Janeiro, mais especificamente nos subprojetos Guardiãs das Tradições Pesqueiras e Escola de Mestres Barqueiros. Busca-se neste trabalho demonstrar as implicações do licenciamento ambiental federal, ao que se refere à compensação e mitigação ambiental compulsórias atrelada a crimes ambientais cometidos pela indústria petrolífera na Bacia de Campos. Com o intuito de discutir as consequências colonialistas incidentes sobre as cosmopercepções da cadeia de pesca artesanal da Região dos Lagos, nos municípios de Armação de Búzios e Arraial do Cabo - RJ, a pesquisa se propõe a observar metodologicamente: i) os planos de trabalho dos projetos; ii) se há características da educação popular e crítica nas metodologias aplicadas; iii) a existência ou não da discussão sobre decolonialidade nas formações voltadas à comunidade e à equipe técnica; e iv) as especificidades dos grupos sociais que abrangem os PEAs e as considerações acerca das sua vivências dentro da formulação pedagógica destes. Com as observações consideradas, pode-se identificar que existe continuidade de formação da equipe técnica e constante discussão entre linhas de pesquisa e aplicação metodológica em campo, entretanto, a forma colonialistas que aflige sobretudo à autonomia repensada conceitualmente com base coletiva não se faz vigente, por esse motivo, em síntese, considera-se necessário o aprofundamento da discussão sobre a autonomia internamente aos PEAs, que insistem em uma conceituação ainda fundada em princípios da modernidade, que em muitas situações não atende às demandas culturais e existenciais de certas comunidades de matrizes consideradas marginais.