A falta de percepção das plantas e contextualização prática do conhecimento em salas de aula têm interferido negativamente no processo de ensino e aprendizagem de estudantes da Educação Básica. Isso acarreta, dentre outros problemas, no fenômeno da "Cegueira Botânica", a qual é definida como a falta de habilidade das pessoas em enxergar as plantas ao seu redor. Nesse contexto, o planejamento de estratégias eficazes para o Ensino de Botânica se mostra necessário para promover uma educação pautada na sustentabilidade e no bem-estar social. Assim, um Jardim Sensorial vai além de um jardim comum, pois além de ser um ambiente de contemplação e conexão com a natureza, também estimula o desenvolvimento sensorial, motor e afetivo, proporcionando uma experiência educativa e recreativa. Nesse aspecto, o objetivo deste estudo foi discutir sobre as contribuições da inserção e uso do Jardim Sensorial no ensino de Botânica na Educação Básica como ferramenta contributiva para a mitigação da Cegueira Botânica. A pesquisa de campo, qualitativa e participante contou com 34 estudantes do 7º ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Parnamirim – RN, os quais visitaram o Jardim Sensorial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte durante uma aula de Ciências sobre o Reino Plantae. Durante a visita guiada ao espaço, os estudantes foram vendados para despertar e experimentar seus estímulos sensoriais. A atividade despertou interesse e compreensão dos conceitos apresentados pelos monitores, e os estudantes demonstraram curiosidade e maior envolvimento com os conceitos de Botânica após a vivência prática. Os resultados ressaltam, ainda, que a experiência no Jardim Sensorial contribuiu para a formação dos estudantes, estimulando suas habilidades de observação, comparação e expressão de ideias, além de promover o contato com a biodiversidade e ressignificar a importância das plantas para o ser humano.