O presente artigo pretende discutir sobre a infância representada na obra Infância (1945) de Graciliano Ramos, bem como o retrato da vida nordestina através da narrativa literária baseada nas memórias do autor contidas na obra. Para subsidiar a discussão proposta, utilizamos como referencial teórico-metodológico os trabalhos de Ariès (1981), Postman (1999), Fausto (2006), Gil (2008), Gerhardt e Silveira (2009), Moraes (2012) e Durão (2015). A partir de um levantamento bibliográfico sobre o objeto de estudo, usamos os trabalhos de Garcia (2010), Ribeiro (2010), Santos (2014) e Simon (2018) para apoiar o debate. Neste estudo, adotamos uma abordagem qualitativa baseada na pesquisa bibliográfica em conjunto com a metodologia dos estudos literários. Utilizamos as técnicas de pesquisa leitura, análise e compreensão de textos, juntamente com a análise de conteúdo, para destacar os principais aspectos que compõem a infância de Graciliano Ramos em sua obra memorialística, em especial no que diz respeito aos lugares e personagens retratados na obra, além de refletir sobre a infância nordestina, a partir do diálogo estabelecido entre o pequeno Graciliano e o adulto. Nosso objetivo é fomentar a discussão sobre a representação da infância nordestina na literatura, além de contribuir para os estudos da trajetória e concepção da infância no Brasil.