REIS, Derik Vale et al.. Guardiões das memórias. Anais IX CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/99344>. Acesso em: 21/11/2024 23:30
Este artigo tem a intenção de debater algumas proposições teóricas fundamentais para a renovação de um pensamento sobre as práticas no campo da educação patrimonial, partindo-se da constatação da inexistência de educação patrimonial no município de Muaná e de uma base teórica consistente que permita superar as abordagens mais tradicionais, conservadoras e também propõe ações com intencionalidade pedagógica pautadas na educação patrimonial. Partindo do estudo dos eventos ocorridos em 28 de maio de 1823 no município de Muaná que desperta interesses múltiplos, dos mais diversos atores sociais, cito-os: autoridades políticas, do judiciário, das universidades, profissionais da educação, dos munícipes, visitantes, entre outros. Essa pluralidade de interesses permanece, mesmo diante da significativa carência de referências e fontes locais, ou seja, poucos/as são os/as autores/as que se propõem a escrever sobre o 28 de maio e sobre a história do município. Para além da escassez da produção escrita, Muaná convive com a carência de educação patrimonial. Essas carências dificultam reflexões, contextualizações, problematizações, ressignificações e consequentemente a valorização e a preservação desse importante marco sócio-histórico, de nossos patrimônios e de nossas memórias históricas. A espetacularização como ato desvinculado da intencionalidade pedagógica pode gerar uma série de distorções da relevância desse marco sócio-histórico paraense, uma vez que esse processo consiste na atribuição de significados que não tem relação com o ato originário. Contribuindo significativamente para a diminuição do sentimento de valorização, preservação e consequentemente do sentimento de pertencimento. Pertencimento é quando uma pessoa sente a sensação de pertencer a um lugar ou comunidade, ela se sente parte e por isso se identifica, porque aquele ambiente faz parte da vida dela como se fosse uma extensão dela.