Este relato de experiência discorre acerca de um projeto de extensão desenvolvido em uma escola estadual do município de Campina Grande-PB, o qual objetivou utilizar da Psicologia Escolar/Educacional para endereçar a problemática da readaptação ao modo presencial após a instituição do modelo remoto pelas instituições de ensino em virtude da pandemia da Covid-19. Deste modo, foi feita uma revisão de literatura nas bases de dados científicas acerca dos efeitos da pandemia e do ensino remoto sobre a saúde mental de estudantes, os resultados da qual foram usados como base para a criação de um formulário de sondagem que foi enviado aos estudantes participantes do projeto, de modo a melhor conhecer suas demandas e planejar as intervenções a serem desenvolvidas. Assim, o momento com os estudantes iniciou-se com uma técnica de relaxamento seguida por uma roda de conversa sobre suas principais preocupações e ansiedades referentes ao ambiente escolar, finalizando com a dinâmica “Nó humano” com propósitos de entrosamento e descontração. Durante a despedida, foram distribuídos informes sobre serviços públicos de saúde mental na cidade, ocasião na qual alguns dos estudantes manifestaram a opinião de que esses lugares são para “doidos”. A partir da realização do projeto e do feedback dos estudantes que participaram, pôde-se constatar que apesar da pandemia e o ensino remoto terem apresentado desafios à saúde mental, muitos deles também se sentiam confortáveis com o isolamento, sem especial interesse na volta ao presencial, e grande parte de suas preocupações se referiam à conclusão do ensino médio e ao ingresso no mundo universitário e profissional - com a Psicologia destacando-se como área profissional de interesse para muitos deles. A partir dessa experiência, é possível ressaltar que, acima de tudo, o conteúdo trabalhado pela Psicologia é emergente e imprevisível e que o profissional precisa estar ciente disso para poder acolhê-lo satisfatoriamente.