MACHADO DE ASSIS: O ESTIGMA DA MESTIÇAGEM
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A pesquisa baseia-se em Hans Robert Jauss, com A história da literatura como desafio à teoria literária (1967) e Wolfgang Iser, com O ato da leitura uma teoria do efeito estético (1976) integrantes da vertente teórica da Estética da Recepção, visto que a obra de arte não possui um significado fixo e imutável, mas sim uma pluralidade de significados que são construídos através da interação entre o texto e o leitor. A recepção de uma obra de arte é um processo histórico e socialmente determinado, que é influenciado pelas experiências e expectativas do leitor. Assim, o modo como representamos Machado de Assis ao longo das décadas está intrinsecamente ligado às nossas representações de mundo, ou seja, ligados à construção de uma sociedade racista. Análogo a estas reflexões, em 2022, Machado de Assis foi retratado como branco em uma escola de elite de São Paulo, autor sempre presente na semana literária, ele estampou o mural principal do evento ocupando o centro. Confeccionado por alunos e supervisionado por professores de literatura, ainda sim esse “erro” foi cometido. À vista disso, a pergunta que se sobressai é: Como estamos retratando o autor e a obra do mesmo em sala de aula ?. Dessa forma, a pesquisa pretende analisar o processo histórico-literário, as representações feitas do autor e a recepção da obra do escritor, utilizando um formulário online dos estudantes (15-16 anos) da referida escola de elite de São Paulo, sobre a identidade de Machado de Assis." 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