A representação da literatura histórica de mulheres negras na contemporaneidade é de relevância para a sociedade brasileira, tendo em vista, que são narrativas que transcendem a invisibilidade histórica no cânone literário brasileiro. São as “escrevivências” insubmissas que representam a resistência. Este trabalho tem como objetivo discutir a interseccionalidade a partir dos escritos de mulheres negras e a dialogicidade destes aspectos nos espaços da educação básica. Tendo como a representatividade e empoderamento de seus escritos as escritoras negras na literatura buscam como forma combater toda forma de preconceito, discriminação e racismo, que ainda possa existir dentro dos espaços escolares, através de suas produções literárias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho descritivo-narrativo com análise do livro: Querem nos calar: poemas para serem lidos em voz alta (2019), organizado por Mel Duarte e da literatura infanto-juvenil: Dandara (2020), de Madu Costa. Ancorados aos estudos de Ribeiro (2017), Akotirene (2019), Cuti (2010), dentre outros. Acreditamos que o “lugar de fala” que as mulheres negras apresentam e representam dentro da literatura negro brasileira, consistem em vozes insubmissas perante a “uma história única” vivenciada na historicidade em suas diferentes ambiências. Consideramos que, diante uma sociedade desigual e misógina, desmistificar estereótipos enraizados desde a sociedade patriarcal brasileira é fundamental, para pensar uma educação pautada numa prática antirracista de educar. Portanto, para uma Educação antirracista é primordial o (re)conhecimento da historicidade brasileira com a ótica de mulheres negras, bem como, reconhecimento e valorização da cultura africana e afro-brasileira, através de narrativas que evoquem o respeito às diferenças e o respeito à ancestralidade como forma de resistência dentro da diversidade pluriétnica e multicultural do país.