A escola é um ambiente formador de sujeitos sociais, pois nela circulam discursos capazes de orientar a atuação nas práticas sociais, dessa forma, a escola é um aparelho ideológico, conforme a concepção de Louis Althusser (1987) e vista como uma agência de letramentos, como nos apresenta Angela Kleiman (1995), confere-se, portanto, à escola o espaço institucionalizado à formação do indivíduo. Com a inserção dos gêneros discursivos em documentos norteadores da educação básica, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) e postos na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), o ensino de língua portuguesa passa a ser pautado a partir dos gêneros discursivos. Considerando que os discursos não são vazios, há sempre uma bagagem ideológica, dialoga-se com Bakhtin e Volochínov (2006) ao compreender que a ideologia se dá nos signos, as práticas discursivas são atravessadas por ideologias, e esta tem como foco o sujeito. Ancorando-se nos Estudos do Letramento, em que impõe à escrita o agir na sociedade, postulados por Street (2014); Kleimam (1995); Soares (1995, 2010); Rojo (2004). Essa pesquisa-ação de caráter qualitativa, se desenvolve em aulas de língua portuguesa com estudantes dos anos finais de uma escola pública de Jacaraú, na Paraíba. Tem por objetivo inserir o Gênero conto de fadas em aulas de língua portuguesa como instrumento a favor das práticas sociais, promovendo, portanto, letramentos aos estudantes a partir de uma releitura e análise da produção de sentidos presentes no conto Branca de Neve, dos irmãos Grimm. Em uma inacabada análise, confirma-se que a inserção do gênero conto de fadas em aulas de língua portuguesa tem bastante aceitação pelos estudantes dos anos finais do ensino fundamental, pois promove motivação e sentido no desenvolvimento das práticas de linguagem, além de possibilitar aos alunos realizar conexões de sentidos e contextualização com o universo que estão inseridos.