O Plano Nacional de Formação de Professores/as da Educação Básica (PARFOR) se constituiu como uma política de formação importante para a vida profissional de muitos/as professores/as em exercício, da rede pública de ensino de todo o Brasil. Particularmente, nossa pesquisa teve como foco para análise um curso de Pedagogia/PARFOR, do interior baiano, com o objetivo de analisar os desdobramentos desta formação para professores/as em exercício (vida pessoal, profissional e acadêmica). Especificamente, conhecer o Projeto Curricular do curso, identificar os itinerários de lutas e aprendizados no percurso da formação. Adotamos uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa. Contamos com 29 participantes (20 graduandos(as), 4 gestores/as e 5 docentes). Como instrumentos para produção dos dados, realizamos análise documental do projeto curricular do curso, utilizamos um questionário construído no google forms para os(as) graduandos(as) e entrevista semiestruturadas para todos(as) envolvidos(as) na pesquisa. Os resultados da análise documental revelam algumas fragilidades do curso: a) não trata das competências e habilidades; b) não registra o local onde ocorre os estágios supervisionados e o produto final resultante; c) não informa se há divulgação e impressão dos trabalhos de conclusão de curso etc. Ademais, os dados do questionário e das entrevistas evidenciam que, embora a formação tenha ocorrido em meio a precariedade para docentes e graduandos(as) (falta de transportes e hospedagem, escassez de livros e aparelhos eletrônicos, evasão, conciliar trabalho e estudos semanalmente, falta de tempo para cuidar de si etc.), houve quebra de paradigmas, aprendizados diversificados, atendimento das demandas socioculturais, conhecimento das múltiplas realidades das docências, ligação dos/as graduandos(as) com o campo de trabalho, com a ancestralidade local (indígena e negra), valorização da cultura local etc. Tudo isso, revela que a formação contribuiu para mudanças substanciais, no sentido de proporcionar uma formação mais libertária e emancipatória para a profissionalização deles/as.