: Neste artigo, os autores revisitam conceitos e elementos centrais da manifestação artística “Poesia Slam”, apresentando algumas variedades linguísticas presentes nas batalhas de poesias de slammers nordestinos e como expressões afro-brasileiras representam a luta de resistência desses poetas na estruturação de suas identidades. Objetivando refletir sobre as variedades linguísticas nordestinas e os falares afro-brasileiros presentes na Poesia Slam e como essas características linguísticas são influenciadas pela luta de resistência desses poetas e possibilitam, como gênero textual-oral, levar essa experiência para a sala de aula. Na sequência, trazem a proposta da utilização desse gênero textual-oral no contexto escolar, num processo de construção de diálogos promotores de letramento. Dessa forma, há uma aproximação da experiência artística e de resistência fora da escola para dentro desta, abrindo possibilidades de aprendizagens compartilhadas, considerando contexto, enfrentamentos, conquistas significativas e variedades do português brasileiro. A proposta teórico-metodológica teve como foco a análise sociolinguística do poema-slam intitulado "Mas é tudo a mesma merda esse tal de nordestino?", da slammer pernambucana Bell Puã, disponível no YouTube. Baseando-se nos estudos de BASSO (2019), MUSSALIM; BENTES (2012); COELHO (2018); ANTUNES (2003), BORTONI-RICARDO (2004) PESSOA DE CASTRO (1977) e MENDONÇA (2012), entre outros teóricos. As análises apontam que existe no uso da fala do eu-lírico marcas de oralidade que revelam fatores sociais presentes nas falas de nordestinos, além de expressões oriundas dos povos africanos como marcas de identidade de luta e resistência.