A profissionalização do ensino na área de Matemática exige que o professor disponha de uma formação que promova um conjunto de conhecimentos que são imprescindíveis para o desenvolvimento da sua prática. Isso implica ter uma base fundamentada acerca do conteúdo a ser ensinado, isto é, ter conhecimento sobre como um conceito é formado, sua definição matemática, atributos definidores, atributos irrelevantes, taxonomias e relações (conexões), exemplos e não exemplos, tipos de problemas e vocabulário específico. Outro aspecto a ser levado em consideração quanto a docência, está associado ao conhecimento sobre as dificuldades dos estudantes, os recursos didáticos potentes e as estratégias de ensino. Considera-se tarefas potentes para ensinar matemática aquelas que promovem o pensamento crítico, a elaboração e resolução de problemas de modo a incentivar o envolvimento ativo das discussões e a construção compartilhada do conhecimento matemático. Apresenta-se aqui um exemplo de tarefa potente para a formação de professores como recurso pedagógico, que inclui um conjunto de orientações associado ao mesmo objetivo de aprendizagens matemáticas para o qual foi conceitualizada. Discute-se o conteúdo no âmbito da multiplicação de frações, com foco nos sentidos da operação: adição sucessiva de parcelas iguais, combinatória e configuração retangular. A relevância da proposta reside no fato de que este assunto é apontado nas pesquisas como problemático, tanto nos aspectos relativos ao ensino, quanto à aprendizagem, bem como, transversal a diferentes tópicos matemáticos e etapas educativas. Este movimento de propiciar uma discussão por meio de uma tarefa potente no ambiente da formação de professores viabiliza a construção de um contexto rico e que simula a prática da sala de aula.