PATRIOTA, Edivânia Gonçalves et al.. O gênero diário como prática social de escrita na eja. Anais IX CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/97710>. Acesso em: 23/12/2024 03:08
Considerando que a aprendizagem da leitura e da escrita é um direito que precisa ser assegurado a todos, inclusive para aqueles que, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) - Lei 9.396/96-, não tiveram acesso ou continuidade de estudos na idade própria, compreendemos a necessidade de um ensino de língua que contemple a leitura e a produção de textos voltados para as práticas sociais, pois apenas dominar o sistema de escrita (alfabética) não é suficiente quando se está inserido em uma sociedade em que as ações de leitura e escrita requerem do sujeito compreensão, conhecimento e habilidades para ler e escrever diferentes gêneros de texto, em contextos variados. Diante disso, a centralidade do texto para o ensino de Língua Portuguesa, no que diz respeito à definição de conteúdos, habilidades e objetivos, parte do gênero discursivo a que o texto pertence, assim como de uma perspectiva enunciativo-discursiva da linguagem, em que os textos aparecem sempre relacionados aos seus contextos de produção. Por isso, reconhecemos que um trabalho educacional nos moldes propostos pelos documentos oficiais (BNCC e PCN) exige a aplicação de metodologias que incentivem a participação ativa dos estudantes na produção de conhecimento, transportando-os da posição de receptores para o lugar de agentes no processo de ensino e aprendizagem. Nessa perspectiva, o ensino de língua a partir da realização de projetos didáticos tem possibilitado a abordagem das diferentes práticas de linguagem, em especial, leitura, produção de textos e análise linguística, inclusive na Educação de Jovens e Adultos. Seguindo essa compreensão, o Projeto “Semanário”, realizado em duas turmas de EJA, possibilitou-nos um trabalho com língua que auxiliou a compreensão de nossos estudantes a respeito do contexto de produção e circulação de textos reais escritos por eles e, principalmente, permitiu um trabalho amparado pela escuta do outro.