O presente artigo tem por objetivo evidenciar a importância do ensino de teatro na Escola em Tempo Integral, no município de Pindobaçu - Bahia. Metodologicamente o estudo foi fundamentado na pesquisa qualitativa, sendo que utilizamos a narrativa autobiográfica como método de análise. Apresentamos um relato da minha primeira experiência como arte-educadora, com estudantes do Ensino Fundamental II. As aulas de teatro aconteciam no espaço cedido pela Igreja Católica de Pindobaçu. Neste ambiente aconteciam atividades de cunho religioso e educativo. Percebi por parte de professoras e professores, a desvalorização das expressões artísticas e uma visão equivocada referente ao ensino de teatro e ao trabalho de arte-educadoras/es. No decorrer das aulas, senti a necessidade de falar sobre racismo, intolerância religiosa, gordofobia e afetividade, pois não eram temáticas discutidas com frequência no cotidiano escolar. Diante disso, a partir das intervenções realizadas ao longo do ano percebi uma mudança no comportamento das crianças. Práticas racistas, intolerantes, gordofóbicas, bullying não eram percebidas corriqueiramente no contexto da escola, diferentemente do que vivenciei no início da execução do projeto. Com o intermédio de jogos teatrais, dança e práticas circenses, consegui fazer com que as crianças acolhessem as propostas sugeridas em sala de aula, o que possibilitou o desenvolvimento da consciência corporal, aumento da autoestima, respeito à diversidade e a perda da timidez. Diante das vivências, pude associar teoria e prática de forma significativa em nossa formação enquanto arte-educadora.