O debate acerca da diferença linguística da pessoa surda tem fomentado inúmeras pesquisas, principalmente no campo da educação, pois a partir da visão socioantropológica da surdez e da pessoa surda compreende-se que as metodologias educacionais utilizadas na rede regular de ensino para o letramento em Língua Portuguesa, como segunda língua (L2), da pessoa surda, ainda não atendem as necessidades desse público, ou seja, o direito linguístico proposto nas políticas educacionais que tratam sobre a educação bilíngue do surdo não se efetiva em sua totalidade na grande maioria das escolas da rede regular, pois as práticas docentes para o ensino de Língua Portuguesa priorizam metodologias oralistas, sem reconhecer a presença da Língua de Sinais e dos surdos sinalizantes. À vista disso, objetivamos refletir acerca do ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para o surdo utilizando a Literatura surda e o Letramento visual. Considerando que o surdo está incluso na rede regular de ensino, propõe-se a utilização da sequência didática ancorada na perspectiva teórica do Letramento visual, tendo como texto corpus o conto A pequena sereia, em Libras, de Márcia Honora e Mary Lopes (2010). Para tanto, este estudo trata-se da continuidade das nossas pesquisas na área de Letramento Visual e Literatura Surda, que utiliza como autores Alves (2020), Cardoso (2020), Gesueli; Moura (2006), Lebedeff (2010), Pereira (2014), Quadros (2008), Strobel (2009), Zerbato; Lacerda (2015). Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho descritivo-interpretativo. A análise mostra que é possível promover práticas de leitura e escrita eficazes partindo da perspectiva teórica do Letramento visual, destacando que os métodos impactam diretamente na aprendizagem dos alunos surdos, bem como que a Literatura Surda é um recurso que estabelece vínculo histórico, identitário, linguístico, imagético e cultural com o surdo, dialogando com temas atuais e relevantes que devem ser abordados em sala de aula pelos docentes.