O seguinte artigo apresenta um estudo sobre a integração da educação ambiental e da cosmovisão afrobrasileira por meio das práticas pedagógicas decoloniais vivenciadas no Terreiro de Mina Nanã Buruquê zelado pela Mãe Ana Rita e localizado em Castanhal, Pará. Esse querebetã de mina-nagô é um exemplo inspirador de como a educação pode ser enriquecida ao assimilar a cultura e cosmovisão afrobrasileira. As práticas pedagógicas decoloniais adotadas no Terreiro de Mina Nanã Buruquê buscam romper com o paradigma hegemônico eurocêntrico, valorizando a ancestralidade, os saberes tradicionais e a relação sustentável com o meio ambiente pautada na perspectiva de pertencimento do homem-natureza. Ali, a educação ambiental é integrada à cosmovisão afro-brasileira, proporcionando uma abordagem holística que reconhece a interconexão entre seres humanos, elementos naturais e divindades do tambor de mina. O estudo é orientado pela antropologia social e cultural, de caráter qualitativo, realizado através de pesquisa de campo e pesquisa documental com base nas obras de autores como Luiz de Oliveira, Vera Maria Candau, Eduardo de Oliveira e José Beniste. Mapeia-se as práticas pedagógicas executadas pela comunidade pesquisada e destaca-se a relevância do Terreiro de Mina Nanã Buruquê como um espaço de educação não-escolar sustentável, onde os integrantes são orientados a desenvolver um senso de responsabilidade ambiental baseado no respeito e cuidado com a natureza. Por meio desse trabalho, busca-se compartilhar experiências e reflexões acerca dessas práticas pedagógicas decoloniais, contribuindo para a valorização da diversidade cultural e a promoção de uma educação mais alinhada com a preservação ambiental e com a cultura africana e afro-brasileira.