O ensino de botânica é majoritariamente centrado numa perspectiva tradicional, produzindo poucas conexões entre esses conhecimentos e a realidade dos estudantes. Esse cenário tem consequências na própria formação dos professores, gerando desinteresse e dificuldade em ensinar botânica. Contudo, o conhecimento acerca das plantas não pode passar despercebido, uma vez que elas são essenciais para entender os processos biológicos (como fluxo de energia, cadeia alimentar, fotossíntese, ciclos biogeoquímicos e outros), mas também questões tecnológicas e socioambientais, como mudanças climáticas, manutenção das florestas e soberania alimentar. Nesse contexto, este estudo tem como objetivo principal refletir sobre a formação de professores para o ensino de Botânica no contexto da abordagem CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade). Utilizamos como principais referenciais teóricos os trabalhos de Aikenhead (2005, 2006), Auler e Bazzo (2001), Auler e Delizoicov (2001, 2015). O texto está dividido em três tópicos: “Contextualização do movimento CTS”, que apresenta um breve histórico do movimento e suas principais ideias para a educação científica, “O Ensino de Botânica na perspectiva CTS”, que destaca a importância do CTS para ensinar botânica de maneira crítica e contextualizada, fazendo um panorama da temática no Brasil; e por fim “Formação de professores para o ensino de Botânica na perspectiva CTS”, em que traz a reflexão sobre as necessidades formativas para professores de Ciências e Biologia romperem o paradigma de um ensino de botânica conteudista e descontextualizado. Conclui-se que uma das soluções passa pela formação de professores com capacidade de perceber e estabelecer relações da Botânica e a realidade de seus estudantes. Desta maneira, é necessário discutir práticas educativas nos ambientes formativos voltadas para a correlação entre conhecimentos científicos botânicos e os problemas tecnológicos e socioambientais como forma de retomar a relevância da botânica na educação científica na educação básica.