Este é um estudo qualitativo que investiga educação, formação e a práxis dos profissionais de saúde em um hospital geral sobre a dimensão da morte. Fundamenta-se nas ideias de Foucault (1979), Ariès (2003) e Goffman (2001) para entender como o hospital se tornou um dispositivo que combina terapêuticas para o restabelecimento da saúde e um local destinado socialmente para lidar com o fenômeno da morte. Além disso, foi realizada uma revisão de literatura, resultando em um corpus de análise composto por 26 artigos, 1 tese e 2 dissertações. A partir dessa revisão, foram identificadas 5 categorias temáticas que apontam, entre outros constructos, as necessidades de sistematizações pedagógicas do tema morte nos currículos: I) "A UTI como espaço da experiência cotidiana para a morte e o morrer no hospital"; II) "Deficiências e necessidades na formação profissional para a abordagem do tema morte"; III) "Sensação de impotência e fracasso profissional diante do sujeito que morre"; IV) "Condições de trabalho: Distanciamento e Defesa diante da morte e morrer"; e V) "Sofrimento dos profissionais diante dos sujeitos sem perspectiva de cura". O trabalho de campo está sendo desenvolvido a partir de três eixos, articulados entre observação, participação e entrevistas individuais. Atualmente, em fase empírica, 7 depoimentos de 12 trabalhadores estão sendo analisados pelo Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), proposto por Lefèvre & Lefèvre (2010), e baseado nas Representações Sociais de Moscovici (2010), desestabilizado pela pedagogia crítica de Freire (1987). Os resultados provisórios situam o DSC em ideias centrais, revelando resignação diante da morte, dificuldades de abordar a família dos pacientes, o modelo biomédico/biológico versus o espiritual/humanístico diante da morte e do morrer. Este trabalho poderá oferecer subsídios para intervenções pedagógicas e práticas, com isso, melhorar o atendimento aos pacientes, suas famílias e na formação docente sobre o delicado tema da morte.