Diante dos baixos índices de aprendizagem escolar e do desempenho insuficiente em língua portuguesa apresentados em nosso país, o professor de língua materna possui a responsabilidade de redimensionar sua prática de ensino com o objetivo de desenvolver a competência discursiva de seus alunos, atentando para uma concepção de linguagem enquanto interação social (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 2004). Para que isso ocorra é preciso investir, sobretudo, na formação inicial e continuada deste profissional, bem como revisar a concepção de currículo que temos, por vezes considerada defasada ao trazer para sala de aula uma visão unilateral e estruturalista de língua, deixando de lado a funcionalidade das práticas sociais de língua(gens). Partindo dos pressupostos teóricos de pesquisadores como Geraldi (2010), Kleiman (1992; 1995) e Dantas e Rodrigues (2019), bem como dos documentos oficiais (BRASIL, 2018, 1997), o presente trabalho se volta aos saberes essenciais à formação e atuação do professor de língua materna. Com um olhar para as políticas educacionais contemporâneas, busca fomentar e subsidiar possibilidades de pesquisas que viabilizem propostas de ensino que deem conta de um ensino de língua(gens) numa perspectiva sócio-discursiva. Por meio de uma pesquisa-ação, apresenta o relato de uma experiência vivenciada em sala de aula no município de Livramento, Cariri Paraibano, a partir da pedagogia de projetos (GERALDI, 2010), trabalho que viabilizou a diversidade linguística e cultural em que os alunos estão inseridos. Tendo em vista o contexto sociocultural em perspectiva, a proposta evidenciou que um trabalho através de projetos culturais promove uma aprendizagem funcional, ao proporcionar aos alunos participação efetiva nos atos sociais por meio de práticas e eventos de letramentos que a Educação Básica pode agenciar em prol de um ensino eficaz de língua(gens).