Este artigo deleita-se em experiências vivenciadas na comunidade indígena potiguara Katú, localizada em Canguaretama, no estado do Rio Grande do Norte (RN); configura-se como um relato de experiência de uma aula de campo realizada em Março de 2023, tendo como objetivo discorrer sobre a organização do espaço e as territorialidades observadas. Dentre estas, destacamos a agricultura familiar perceptível pelas atividades agrícolas existentes na comunidade e que são desenvolvidas pelos próprios moradores e o ensino na perspectiva de como se desenvolve a educação indígena e escolar indígena na comunidade. Utilizamos como metodologia a abordagem qualitativa de acordo com Silveira e Córdova (2009) e o levantamento bibliográfico como Medeiros (2018), Costa, Silva e Costa (2020), bem como Buainaim e Romeiro (2000), para a coleta de dados, aplicando o instrumento de pesquisa “roda de conversa”, possibilitando que o pesquisando possa se inserir como participante no estudo por meio do diálogo com o pesquisado, Moura e Lima (2014). Percebemos com a visita, elementos que indicam a identidade cultural com o território, e que, a maior parte do trabalho na agricultura, desenvolvido na localidade, ainda é de forma manual e de base familiar; assim como, a prática do ensino bilingue na Escola Municipal Indígena João Lino da Silva. Desse modo, pudemos, a partir da observação e do registro das ações e atividades da comunidade, perceber, a priori, a formação de uma identidade territorial indígena, que influencia a vida cotidiana dos comunitários, considerando os aspectos: econômico-produtivo (calcado na agricultura tradicional de base familiar e nas reminiscências dos povos originários); educacional, com foco na educação indígena escolar indígena; bem como na configuração sociocultural indígena – fundamental para a organização do modo de vida local.