A adolescência é um período marcado por uma série de transformações cognitivas, sociais e emocionais. É comum que durante essa fase a construção de uma identidade, a busca por um lugar social e os conflitos internos possam vir a causar sofrimento e adoecimento psíquico. Nessa perspectiva, sobretudo nos últimos anos, pode-se destacar a automutilação como um comportamento sinalizador e habitual entre os adolescentes. Trata-se de marcar no próprio corpo o que é sentido com o intuito de promover um alívio à dor emocional. Essa atitude, em muitos casos, tem relação direta com o olhar do outro, uma vez que na adolescência, há uma alta demanda de aceitação social, que se expressa fortemente no ambiente escolar. Dada a complexidade dessa problemática, realizou-se uma Revisão Sistemática com o objetivo de compreender como a automutilação aparece no contexto escolar enquanto um sintoma de adoecimento mental nos adolescentes. Para a coleta de dados foram realizadas buscas nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Periódicos Capes e Scielo. Os resultados encontrados apontam que a automutilação é mais comum entre o gênero feminino e que há um sentimento de impotência e despreparo dos docentes frente a questões dessa natureza. Além disso, indicam a importância de espaços de partilha e diálogo na escola para alunos e docentes, evidenciando a necessidade de profissionais da psicologia compondo a equipe escolar.