Os laboratórios de ciências nas escolas geralmente são equipados com ferramentas e materiais especializados para experimentos em áreas como química, física e biologia, e são usados principalmente por estudantes e pesquisadores para complementar o aprendizado teórico. No entanto, a dinâmica tradicional desses espaços tem sido focada na repetição de procedimentos e estudos padronizados que pouco tem relação com o interesse dos alunos. Somente nas últimas décadas a comunidade de pesquisadores do Ensino de Ciências tem dado a devida atenção ao grau de liberdade intelectual dos alunos na escolha de temáticas, métodos de investigação e com a elaboração de problemas significativos e contextualizados (DE CARVALHO, 2018). Na presente pesquisa, investigamos o desenvolvimento de uma oficina pensada e avaliada na perspectiva da Cultura Maker, onde o foco no engajamento do processo investigativo estimula a criatividade, a colaboração e a autonomia dos indivíduos (BLIKSTEIN, 2016; RESNICK, 2017; HATCH, 2014 e ANDERSON, 2012). O objetivo central foi conscientizar e incentivar o descarte adequado de pilhas e introduzir conhecimentos sobre educação ambiental e sustentabilidade. Para tal, os pequenos do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental vivenciaram a construção de dois tipos de pilhas, de Volta e de Daniell, utilizando materiais de baixo custo fornecido por eles mesmos. A questão investigativa "Por que não devemos jogar pilhas usadas no lixo?" foi pano de fundo das quatro etapas: 1) ambientalização; 2) definição do problema, 3) levantamento, análise e representação; 4) montagem e engajamento para intervenção. Os resultados indicaram que a abordagem da Cultura Maker como condutora das práticas laboratoriais foi uma estratégia didática potente para a qualificação do estudo sobre o engajamento na investigação de conceitos de eletricidade e descarte de resíduos perigosos, tais como pilhas e baterias.