O objetivo do trabalho é apresentar aos educadores a proposta kantiana para a formação moral e a autonomia dos adolescentes, a partir do exercício das faculdades da razão, de modo especial, da faculdade do juízo. Segundo essa proposta, a formação moral, e a autonomia dos adolescentes, podem ser estimuladas pelos educadores quando, por meio de um procedimento que se assemelharia ao procedimento socrático, de perguntas e respostas, o educador desperta a reflexão do seu aluno, apresentando-o casos concretos do cotidiano, os quais, seriam desafiadores para a reflexão de modo a despertar o seu ajuizamento moral. Esse procedimento, e as noções que ele traz consigo, como as de “fim”, “universalidade”, “bem moral”, pode ser um bom caminho para levar os adolescentes ao desenvolvimento de sua humanidade. Em outras palavras, ao levar os adolescentes a ajuizar sobre as ações humanas, o educador pode estimulá-los a uma reflexão no que se diz respeito ao fim, as motivações, se essas ações podem ou não ser universalizadas. Ao refletir sobre elas, o educador conduz o seu aluno, por si mesmo, a eleger para si, máximas (princípios subjetivos) que estejam de acordo com os fins da sua razão e, assim, ser capaz de, autonomamente, constituir o seu caráter moral, a sua humanidade. Para Kant, ter caráter significa adotar máximas com a forma de princípios universais. Para isso, segundo Kant, é preciso estimular os jovens a tomar interesse na moralidade, não por meio da imposição de regras e recomendações na forma de uma "cartilha ou catecismo moral", mas chamando a sua atenção para o exercício autônomo de sua razão, e do prazer que é gerado quando esse exercício é realizado. Em função disso tudo, acreditamos ser relevante o presente tema para fornecer aos educadores alguns elementos para o seu trabalho educativo.