A acessibilidade para as pessoas com deficiência ao ensino superior, apesar das legislações que promulgam a inclusão de todos, ainda está atrelada a um diagnóstico. Esta pesquisa objetivou analisar a necessidade de diagnóstico para ter as condições de acessibilidade necessárias à permanência no ensino superior. Caracteriza-se como um relato de experiência de uma estudante autista com fibromialgia matriculada numa universidade pública (a primeira autora). Os percalços enfrentados para se conseguir um diagnóstico, os desafios quando não se possui esse documento que é exigido pela instituição para acessar direitos e a invisibilidade de autistas e pessoas com condições específicas de saúde nesse espaço foram discutidos tendo como base teórica o modelo social da deficiência e os estudos feministas da deficiência. A diferença de acesso aos direitos durante o curso de graduação no período em que a estudante não tinha o diagnóstico e depois quando passou a tê-lo, é evidente. Assim, podemos concluir a partir dessa experiência que nessa universidade e, acreditamos não ser um caso isolado, a acessibilidade de forma satisfatória está ainda atrelada a um diagnóstico, destoante aos princípios do Desenho Universal para Aprendizagem que considera o acesso às diferentes formas de ser e estar no mundo. É preciso que esses parâmetros universitários sejam revistos para a inclusão de todos.