A presença da mulher na educação formal aconteceu recentemente no contexto histórico mundial e especialmente brasileiro. As meninas que antes se preparavam apenas para serem boas esposas e dedicadas mães, vão ver na educação uma porta de acesso ao espaço público. No entanto, ao mesmo tempo em que essa oportunidade de trabalho serviu para emancipar a mulher, vai servir como caminho para que os estereótipos recaídos sobre a mulher continuem a ser reforçados. E a escola será o ambiente propício para a reprodução desses modelos. Como professora, a preocupação em construir uma educação voltada para a equidade se torna cotidiana, e a motivação em trabalhar com gênero se faz presente desde a graduação. A proposta desse artigo é analisar como as práticas pedagógicas das professoras interferem na manutenção das supostas características do que é ser menina/mulher, a partir de uma pesquisa quali-quantitativa, tendo como ambiente de observação uma escola estadual no município de Cabedelo. O que nos chama mais a atenção é que, mesmo com o passar das décadas, com os desdobramentos do movimento feminista, com a inserção de políticas públicas entre as mulheres etc., os discursos encontrados entre professoras e alunas ainda é o mesmo. A prática pedagógica se limita a uma generalização de temáticas, como preconceito, prejudicando a promoção da diversidade. O distanciamento e a distorção sobre conceitos como gênero, ser mulher, ser menina, ser professora, comprova o despreparo e algumas vezes até o desinteresse de profissionais, e a manutenção das meninas, futuras cidadãs, à margem das suas próprias necessidades.