Soares (2018) propõe a ampliação do termo “letramento” para “letramentos”, considerando os diversos contextos nos quais os sujeitos estão inseridos e que precisam produzir textos orais ou escritos. Assim, nosso objetivo, neste texto, é o de analisar a presença e o uso da modalização avaliativa em quatro capas de revistas diversas, a partir da perspectiva dos letramentos e da Semântica Argumentativa. A partir dos pressupostos estabelecidos pelos autores da Semântica Argumentativa, há no interior dos enunciados, conforme a própria estrutura das línguas, elementos que funcionam como a ossatura interna dos enunciados. Dessa forma, os postuladores da Teoria da Argumentação na Língua partem da premissa de que a língua é argumentativa por natureza. Logo, tendo por base a questão da qualidade, análise e descrição da modalização avaliativa, não estaremos preocupados com a questão da quantidade, mas tão somente com o sentido e a função que determinadas palavras exercem nas capas selecionadas. Portanto, ressaltamos que nossa pesquisa tem caráter puramente analítico-descritiva. Depois de empreendidas as análises, é possível afirmar que é de extrema importância observar o funcionamento dessas estruturas modais no uso da linguagem e, mais do que isso, perceber como não devemos categorizar as palavras tão somente a partir de nomenclaturas apresentadas pelo manuais didáticos, pois, de alguma forma, essas nomenclaturas quase nunca refletem, de fato, o uso cotidiano e os sentidos que são, e que podem ser, dados a tais palavras. Além disso, entendemos como é importante identificar esses elementos modalizadores nos enunciados, no momento da leitura de um texto, para a possibilidade de construções de sentidos para os textos lidos e, para além disso, a depender dos contextos em que esses textos circulam, quais ênfases são dadas e como o leitor crítico deve estar atento, e ser profícuo, nas inúmeras possibilidades de leitura.