Os organismos internacionais, como o Banco Mundial (BM) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), tornaram-se referências na análise dos problemas educacionais e têm promovido reformas educacionais e influenciado as agendas políticas nacionais na região da América Latina. No entanto, aponta-se que essas organizações, enquanto entidades financeiras, têm aumentado as dívidas públicas nacionais ao concederem empréstimos milionários aos países latino-americanos, o que contribui para a valorização do capital financeiro e para a expansão das consultorias privadas e equipes técnicas dessas organizações. O objetivo deste trabalho é identificar algumas das orientações do BM e da OCDE nos países sul-americanos em termos de políticas de leitura e escrita nos últimos dez anos. Para tanto, realizou-se uma análise documental, destacando as coincidências e as diferenças encontradas nos documentos estudados e algumas influências de tais documentos à região. Os documentos estudados foram: 1) BM: ACABAR COM A POBREZA DE APRENDIZAGEM: O que é preciso? publicado em 2019; 2) OCDE: “Leitores do século 21: DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS DE LEITURA EM UM MUNDO DIGITAL” publicados em 2021. O desenvolvimento deste estudo se justifica diante dos contextos educacionais dos países da América Sul, que apresentam situações preocupantes com relação à leitura e à escrita, visto que, segundo a base de dados do Instituto de Estatística da Unesco , aproximadamente 9% da população da América Latina é analfabeta. A análises indicaram que os documentos analisados, também, dialogam com a necessidade da valorização da tecnologia no ambiente escolar aliada aos processos de ensino e aprendizagem. Ademais, identificou-se que tais políticas vão ao encontro dos conteúdos cobrados no PISA, pois destacam os processos de alfabetização, de leitura e de competências para os resultados de aprendizagem.