O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits persistentes na interação social e comunicação, bem como por padrões repetitivos e restritos de comportamento. Esses prejuízos sociais que podem estar presentes no TEA levaram alguns pesquisadores a relacionarem o autismo com uma falta de empatia. No entanto, outros estudos mais recentes demonstraram resultados que divergiam dessa perspectiva, ampliando a discussão sobre a temática e levantando novas possibilidades. Nesse sentido, o objetivo da revisão em andamento é realizar um levantamento sistemático sobre o desenvolvimento da empatia em crianças e adolescentes com TEA, em comparação com o desenvolvimento típico, considerando os aspectos controversos da literatura e a metodologia utilizada pelos artigos. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, procedimento que utiliza critérios robustos para busca e análise crítica do material encontrado. A busca eletrônica foi realizada entre os meses de julho e agosto de 2022 nas seguintes bases de dados: PubMed, ERIC e Scopus. A busca nas bases de dados resultou em 2.281 estudos, mas restaram 29 artigos na amostra final para serem analisados que estavam de acordo com os critérios de elegibilidade. Até o momento, as categorias estabelecidas foram: empatia global, empatia cognitiva e afetiva, e empatia e outras variáveis. De forma geral, os resultados estão mostrando que crianças e adolescentes autistas podem manifestar comprometimentos na empatia cognitiva, enquanto a empatia afetiva seria semelhante ao desenvolvimento típico. Além disso, os estudos apontaram que as dificuldades na manifestação empática nos participantes autistas estariam relacionadas, na verdade, à presença da alexitimia e não necessariamente ao transtorno propriamente dito. Portanto, será possível trazer contribuições para a compreensão sobre essa temática de forma sistematizada.