Ao apresentar a realidade das juventudes negras no município do Rio de Janeiro, bairro Bangu, devemos refletir como a discriminação, a falta de acesso às oportunidades, seja no âmbito escolar ou no profissional e o não reconhecimento dos direitos à cidadania engendram e fomentam uma subalternização social. A pesquisa tem por objetivo conceituar as juventudes, a partir da perspectiva de jovens negros/as e estudantes do Ensino Médio residentes no bairro de Bangu, RJ diante da violência juvenil que percorre cotidianamente essa localidade. Com isso, visamos ir além da esfera dos dados numéricos sobre a mortalidade das juventudes negras banguenses e proporcionar uma nova escuta das experiências e o cotidiano desse grupo etário. O/A jovem negro/a de Bangu passa a obter o papel principal na construção identitária do bairro. O estudo torna-se significativo, pois, a localidade em questão apresenta no passado uma historicidade relacionada à construção da identidade negra com o time de futebol Bangu Atlético Clube e a inserção do proletariado negro na Fábrica Bangu. A metodologia tem como instrumento narrativas que também darão ênfase ao período da infância tentando identificar a percepção do racismo institucional (dentro da escola) e observação-participante, no âmbito do cotidiano escolar. O nosso intuito é priorizar questões, que contribuam para a compreensão da presença (ou não) das múltiplas formas da violência na vida dos/das jovens entrevistados/as. Nossos resultados estão embasados no compartilhamento das narrativas juvenis sobre seus contextos (infância e contemporaneidade), bem como dados quantitativos da participação dos/as jovens entrevistados/as nas atividades educativas inerentes ao projeto, com prazo de encerramento estimado para setembro de 2023.