O presente artigo tem como objeto de análise o Programme for International Student Assessment (PISA). Através dele, discutimos a influência que esse programa exerce nas avaliações externas em torno das políticas educacionais no Brasil. Lançando-se mão de um estudo teórico e análise documental, buscamos problematizar a relação do PISA com políticas curriculares no contexto brasileiro a partir de um registro discursivo. Para elencar essa discussão, nos amparamos no ciclo de políticas de Ball (1992) projetando essas avaliações externas como contexto de influência que hegemoniza discursividades. Tratamos ainda que as políticas nacionais estão sendo produzidas e dinamizadas buscando responder uma demanda de qualidade forjada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, através do PISA, que vem produzindo efeitos importantes no trabalho docente. Desta maneira, concluímos que essa tentativa de buscar um sentido de qualidade através do PISA torna-se uma violência com o fazer pedagógico e pouco agrega no que se refere a avaliação de aprendizagem, pontuamos que não deve haver espaço para padronização e homogeneidade nos processos de escolarização e produção curricular. Vivemos numa sociedade diversificada e, é exatamente essa diversidade que compõe a subjetividade de cada aluno e professor, ressignificando e dando sentidos sobre a valorização do processo de ensino-aprendizagem como caminho de uma qualidade da educação.