Este estudo tem base em pesquisas bibliográficas e estudos junto ao grupo Toque de Melanina região sul, sobre a Lei de n° 10639 no decorrer destes 20 anos de vigência. Após duas décadas o que se percebe é um sentimento de solidão e indiferença frente à realização de efetivo trabalho para o cumprimento dos principais objetivos dessa normativa. Nesse sentido, a promoção de ações antirracistas, possui um caráter eventual, pontuando nas escolas apenas o dia do “índio” e os dias 13 de maio e 20 de novembro, trabalhados a partir de recorte histórico, dependo muitas vezes da sensibilidade de poucos professores. Muitos docentes não têm nem se quer a consciência conceitual sobre as questões envolvendo a Educação para as Relações Étnicos Raciais. A escola tem sido um cenário bastante arbitrário, quando se trata das questões envolvendo História e Cultuara dos povos indígenas, e afrodescendentes. Esforços até existem, porém são individualizados e ficam por conta muitas vezes da iniciativa dos professores negros, que são vistos como entendedores do racismo por natureza. Existe uma dificuldade para se tratar esse tema nas escolas, a principal justificativa é o tão referido, porém pouco conhecido “lugar de fala”, não havendo um maior compromisso por parte dos demais professores e gestores. O racismo nesta perspectiva é problema dos outros. Quando se trata dos povos indígenas, a situação é ainda mais alarmante, esses povos são completamente invisibilizados e suas vozes não têm alcance, os povos originários vivem em completa situação de abandono em todos os sentidos, e são vistos como, preguiçosos. Pouco se sabe sobre suas ricas tradições, nem tão pouco há materiais didáticos ou literaturas que representem estes povos de forma positiva. Identifica-se uma urgência de se promover um trabalho que envolva a comunidade educacional como um todo. E isso perpassa pela formação continuada de professores.