Na perspectiva do barroco, ocorre à prevalência de uma estrutura interna que é formada pelo dualismo, a partir dessa noção são perceptíveis às unidades de estilo, em especial, ao erotismo nas obras de Gregório de Matos e, especial, na lírica que teve como influência Gôngora e Quevedo. Além disso, observa-se nas suas composições nas quais há mesclas com a religiosidade, misticismo que gera, também, um naturalismo sensual. Nesse sentido, é importante nos atentarmos a discussão entre a diferenciação que acontece entre o erótico e/ou pornográfico, além de estabelecer a relevância do vocabulário obsceno presente nas obras em que traz uma significação e subversão de muitos conceitos. Ao se manter sobre esse recorte de temáticas, não podemos modificar o fato de separar a realidade da fabulação e considerar a importância do vocabulário obsceno no sentido da realidade. Portanto, neste artigo, é propor uma investigação sobre o soneto Amor Fiel, de Gregório de Matos, com o intuito de analisar a temática de sexualidade, integrando as concepções de erótico e/ou pornográfico e as representações de léxicos obscenos. Para atingir ao objetivo deste artigo, tomamos como metodologia de cunho qualitativo e de caráter bibliográfico-descritivo (PAIVA, 2019). Para este estudo, lançamos mão dos pressupostos teóricos postos por Castello (2004), Coutinho (2007), Candido (2009), Pontes (2021) e Bosi (2022) Moraes (1985), Bachelard (1989) e Paz (1994), que se referem aos estudos sobre o barroco brasileiro, amor e sexualidade. A análise nos mostra que o soneto Amor Fiel é marcado de postulados sobre o erótico e as peculiaridades em sua composição formal, assim, o estudo realizado intensifica a discussão sobre o erótico e/ou pornográfico e a estética sobre a suposição de um amor que é idealizado, assim, demostra o conjunto de condições antitéticas entre a atração/escolha, fidelidade/traição, corpo/alma.